terça-feira, 21 de junho de 2011

Do mais profundo

Família, algo que eu tenho certa dificuldade de falar, certa não MUITA.
Sempre citei meu pai como um ídolo, mas como toda fã idolatro de longe. De fato tenho muitas lembranças boas, mas não tantas quanto gostaria. Mãe, eu sempre quis me sentir mais filha do que de fato me sinto. Não é pela separação, mas eu sempre senti a falta deles. Nas minhas quadrilhas nenhum dos dois estavam lá e na minha formatura dancei valsa com meus amigos.  
Fui obrigada a crescer 6 anos em 6 meses. Antes eu tinha um irmão, agora parece que ganhei um filho, que por sinal esta no ápice da adolescência. Reunião de pais e a irmã mais velha está lá tentando manter o ar de seriedade. Preciso resolver os problemas da minhã mãe, enfrentar o chefão (lê-se pai), isso tudo com toda classe e elegância.
Não gosto de admitir que não consigo, mas Pai, Mãe, não sou eu que estou me separando, não torne a distância maior do que sempre foi. Venho tentando mudar as coisas, almoçar com papai pelo menos duas vezes na semana, na apresentação de teatro do caçula eu estava lá para aplaudi-lo de pé, levar a mamãe no salão e escolher uma roupa nova. Tentando e tentando, mais o peso está maior do que eu realmente posso carregar.
Cuidar de todo mundo, eu não juro que não ligo, só que eu também preciso de cuidados. Eu tenho TPM, eu choro por namorado, eu fico cansada do trabalho e apavorada com a faculdade, cometo erros e preciso de conselhos e algumas vezes até de sermões. Há garotas que sonham em morar sozinha e não dar satisfação a ninguém, sou errada por me sentir solta de mais? Eu só queria ser menos mãe, menos pai, e voltar a ser filha e a irmã mais velha. É pedir muito ?
Há dias que meu quarto se torna pequeno de mais pra toda saudade que sinto, talvez... Hoje seja um desses dias.