sábado, 20 de outubro de 2012




Quem sabe um dia . . .

domingo, 14 de outubro de 2012

Blá blá blá de feriado.

Escrevi, reescrevi, apaguei. Escrevi. No início as palavras me faltavam. Gritavam ao mesmo tempo. Queriam sair. Por que antes de palavras, eram sentimentos presos. As vezes acho que escrever nada mais  é do que eternizar sentimentos. Mas é tudo que queremos eternizar? - Se você foi rápido logo pensou, se não quiser é só apagar, apagar textos em cartas, folhas, bilhetes, blogs. Mas é que antes de serem escritos nesses meios, esses textos foram escritos na alma.  
Queria não falar do meu pai, em como ele me fere com ausência. Estou me ferindo também, por não dar presença, presença de graça, por não dar o primeiro passo. Por que insisto em pensar que são pais que ensinam seus filhos seus primeiros passos, independente de quais passos sejam Queria não falar de você, de como o que não se diz, me machuca tanto. Queria não falar do abismo que existe entre nós, de como eu luto para construir uma ponte. Mãe, será que você também luta? Queria não dizer sobre a falta dela, de como a vejo indo embora sem dizer adeus. Queria que ficasse. Eu também sinto saudades. 
Queria não falar. Falei.

Talvez quase uma hora se passou depois da última palavra do parágrafo anterior. Talvez por que não sei bem do queria eternizar aqui, tentei inverter os papeis. Tentei organizar os fatos dentro do peito, trazer pra cá, por que assim saberia o que era pra ser eternizado. E o que não fosse, bom, o que não fosse eram apenas lembranças que se apagariam com o tempo, por que de um jeito ou de outra, não foram dignas de ficar. Me pergunto se fiz as escolhas certa. - Escolha, realmente tenho? Me lembrei de como alguém detesta narradores que conversam com seus leitores, minha vontade foi de apagar o texto todo e tentar talvez em outra hora, ou outro dia, talvez não havia nada pra ser eternizado. Ei espera, me desculpe vou ter que conversar com você. É você. Ou não reparou que acabei de eternizá-la?

Qualquer pessoa da minha idade estranharia meus três últimos dias. Eu não tive o feriado mais divertido, admito. Mas me permitir ficar dois dias sem escovar os dentes, comer uma panela de brigadeiro sozinha, sujar toda a cozinha para preparar o melhor macarrão de todos os tempos. (rs) Dormi com a Tv ligada, andar pela calça de calcinha e blusa da minha banda preferida da adolescência. Quando resolvi enfrentar o chuveiro, tenho certeza que se alguém me ouvisse cantar me chamaria para o The Voice. C E R T E Z A. Senti medo da madrugada, desejei você pra me abraçar. Desejei estar nos braços do meu pai e que estivesse me tirando do sofá e me colocando na cama. Desejei ter minha mãe no quarto ao lado, pois sentiria coragem de por ela enfrentar qualquer coisa. Mas não havia ninguém, só eu e o resto da madrugada. Escolha minha estar aqui, sozinha, é, eu sei. Precisava me sentir mas eu, para poder de fato me doar a vocês. Para quem sabe dar o primeiro passo, pular o abismo com um salto, te trazer de volta, e abrir os olhos para realmente ver o que você grita com gestos, não com palavras. Por que acho que as palavras, as palavras se entendem mais comigo talvez.

Foi divertido. Precisava disso. Precisava ser só minha. Para assim entender o quanto eu preciso de vocês. Aqui, comigo.