quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Direito, direito.


São tantos desabafos, lá vem agora MAIS UM. Queria expor aqui a minha INDIGNAÇÃO quanto a desvalorização do meu curso. É, desvalorização, tomara que meus professores não leiam isso. Ou se lerem, por favor, tentem compreender. Em um semestre anterior, um ex-professor perguntou o que gostaríamos de “fazer com o curso”, metade da sala disse a resposta óbvia: Concurso público. Ei gente, só pra deixar claro rápido, não tenho nada contra isso, pelo contrário, até penso em tentar alguns. O que me deixa triste e até indignada é a forma como meus colegas de curso enxergam o curso. Pra uns, torço que não pra maioria, é ir lá, formar, passar em um concurso com um salário gordo e viver a tão sonhada vida estável. Longe de mim não querer essa vida também, quem não quer não é mesmo? Mas dá pra ter isso colocando em prática tudo que aprendemos, e quando digo TUDO, não digo só ir lá e aplicar na prova do tal concurso as matérias que aprendemos e passar em primeiro lugar, e sim aplicar os valores que tanto são repetidos nas nossas aulas de Constitucional, Direitos Humanos, Cultura Religiosa e todas as outras.
          Longe de mim ser a melhor aluna, ter as melhores notas ou se quer ser  destaque acadêmico. Gostaria de ser a melhor, não sou talvez por falta de tempo ou até por falta de competência. Mas de algo posso me orgulhar, sei que posso. Vejo o meu curso muito mais do que isso, do que um diploma que me gere lucro, que me gere dinheiro. É claro que isso faz parte, faz parte não, é o principal, não quero ser herói de ninguém. Mas repito, é mais do que isso. Mais do que formar e sair por ai indenizando todo mundo por danos morais. Virou moda isso agora né?
          Falando de um outro ex-professor, AH esse professor, talvez ele não sabia, ou talvez não agradeci o quanto deveria, mas graças a ele e sua pergunta de prova valendo 0,5 décimos, se havia alguma dúvida quanto ao meu abandono da Engenharia Mecânica para o Direito, depois das suas lindas e breves palavras no pé de página da minha prova, que me arrancaram lágrimas, hoje dúvidas não restam mais. Nasci pra isso, disso não tenho nenhuma dúvida.  Obrigada professor!
É triste quando digo que pretendo ser professora, que meu sonho é dar aula e alguém me diz: “Tá, mas como você pretende ganhar dinheiro?” – Também quero advogar e quem sabe até um concurso público, mas isso são cenas pros próximos capítulos, confesso que sou apaixonada pelo direito Constitucional e pelo Direito Penal. Se for pra puxar saco vou puxar dos dois. Queria agradecer a todos os professores que dão boas aulas, pois eles alimentam meu sonho. Agradecer por não deixar o Direito perder seu brilho, por me mostrar que é completamente diferente do que cresci ouvindo do meu pai, que quase morreu de desgosto quando larguei a mecânica, e por  me permitir faze-lo orgulhar-se da filha "quase advogada" que tem. Graças ao que aprendi com vocês.  E aqueles que não dão, de todo mal não é, afinal ,aprendo a estudar sozinha ( Rs).
Não sou a melhor aluna ou melhor pessoa, nem serei a melhor advogada, mas quero ser, e querer e fazer por onde ser, muda tudo. Já tentando exercer a minha futura função, vim defender o curso que tanto gosto, sei que não usei a melhor defesa, mas é onde até então eu consegui chegar. Nós, jovens, somos o futuro do nosso país, é clichê, mas quem disse que clichês não são verdades? Reclamo das aulas de cultura religiosa,  aula de filosofia pode até não ser a minha preferida, posso ter matado algumas aulas, ou criticado outras, mas eu tento ao máximo entender o que cada aula me propõem, o que os livros me ensinam, do bom e do ruim. Pra quem sabe assim, fazer um futuro melhor pra mim. Mas vale lembrar, não vivo só. Por que você não faz o melhor pra você também, aí fazemos o melhor juntos? 
Direito todo mundo faz só não faz direito né?

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ei você.


Ei você, ignore minhas crises de solidão, ignore minhas palavras frias.  Ignore meus olhos que nesses dias sempre desviam dos seus. Não pergunte de novo se eu não responder na primeira vez.  Dizer “nada” várias vezes, só aumenta a raiva ou a tristeza que está em mim, que não é por culpa sua, mas os “nada” mal humorados acabam sendo seus. Me desculpe. Já disse, não é você. Segura a minha mão, mesmo que ela tente escapar de seus dedos, segura forte. E se não adiantar, me abraça. Não me deixa fugir e me esconder em um canto qualquer, sozinha. Abraça forte, ignore minhas pernas que tremem. E quando eu não conseguir mais tentar fugir, me olha nos olhos, bem fundo. Me hipnotiza. Apenas diz que está do meu lado. No final é só isso que eu preciso ouvir. É difícil admitir que preciso de você, quando passei uma vida não precisando, sempre foi eu e só.  No final vou acabar dizendo, talvez em lágrimas ou vomitando palavras de uma vez sem respirar. Passei uma vida tentando não dizer. Ainda estou aprendendo como se diz e que no final posso me dar ao luxo de ser cuidada, mas que pra isso acontecer preciso admitir pra eu mesma que PRECISO ser cuidada.  Ei você, cuida de mim?  

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Rabiscando na aula de TPG


Entrei correndo na sala. Como sempre, procurando você. O primeiro sorriso universitário do dia  é sempre seu. Minto, algumas vezes o segundo. É que tem dias que você fica com o segundo, por que o primeiro fica pro moço da cantina, que sempre ri sobre o meu pedido: Um yogurt e dois chicletes. Não tem como não sorrir pra ele. O yogurt é para acompanhar meu remédio e os dois chicletes, bom, dos dois chicletes surge a história de hoje.


Vinte poucos anos e dois chicletes

Calor. TPM. MUITA TPM. Regime. Fatura do cartão. Salão. Salário. Coisas que se você analisar bem é o inferno astral de qualquer garota de vinte e poucos anos.Um dia cheio de trabalho. Véspera de prova na faculdade. Semana de feriado pra passar com namorado. Me perdi por alguns segundos ou mais, vendo fotos na internet. Pessoas que conheci que perdi, ou já quis conhecer. Ri das minhas fotos. Me dei conta de quantas coisas já fiz sem pensar, ou fiz e não deveria por ter pensando de mais. Doeu ver fotos de amigas que perdi. Perdi por erro meu, eu sei. Erro que talvez seja, o maior arrependimento que hei de carregar. Pra sempre. Também sei. Achei graça de fotos de desconhecidos, e até invejei a pele bonita da menina do colégio antigo. Admirei nossa foto, ainda com dúvida se ponho ou não como capa do facebook. O telefone tocou. Realidade mandando mostrar serviço. Trabalho. Leio algumas páginas do caderno pra prova do dia seguinte. Trabalho.
Ligo pro salão e resolvo cortar o cabelo e fazer a sobrancelha. Não para agradar o namorado, que só veria diferença se eu fizesse um moicano estilo Neymar e pintasse as sobrancelhas de vermelho. Só resolvi pra me sentir leve. Ah, coisa de menina sabe? Mas se vale contar aqui, mataria a minha cabeleireira se tivesse porte de arma.
A caminho da faculdade pensei no regime que nunca sai. Das prioridades pro salário do mês, que em todos os meses, são prioridades de mais pra pouco salário. Percebi o quanto tais prioridades são pensando no meu futuro. Me orgulhei da mulher que venho me tornando, até me envergonhei de atitudes de adolescente que já cometi. Passado e futuro bagunçando minha cabecinha. O sinal fechou lembrando que no presente eu estava era bem atrasada pra aula.
Vi que meus vinte e poucos anos foram bem vividos. Algumas vezes nem tão “bem”, mas bem ou mal, vividos. Agradeço a Deus por isso. Pois fez de mim o que sou hoje, fazendo pensar em quem ser amanhã. Abri a porta correndo dei boa noite pro professor olhando o fundo da sala, sorri. É que ontem me fez estar aqui, e que hoje compro dois chicletes para o que pretendo ser amanhã.
Pra você, um sorriso e um chiclete ; )