quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Ei você.


Ei você, ignore minhas crises de solidão, ignore minhas palavras frias.  Ignore meus olhos que nesses dias sempre desviam dos seus. Não pergunte de novo se eu não responder na primeira vez.  Dizer “nada” várias vezes, só aumenta a raiva ou a tristeza que está em mim, que não é por culpa sua, mas os “nada” mal humorados acabam sendo seus. Me desculpe. Já disse, não é você. Segura a minha mão, mesmo que ela tente escapar de seus dedos, segura forte. E se não adiantar, me abraça. Não me deixa fugir e me esconder em um canto qualquer, sozinha. Abraça forte, ignore minhas pernas que tremem. E quando eu não conseguir mais tentar fugir, me olha nos olhos, bem fundo. Me hipnotiza. Apenas diz que está do meu lado. No final é só isso que eu preciso ouvir. É difícil admitir que preciso de você, quando passei uma vida não precisando, sempre foi eu e só.  No final vou acabar dizendo, talvez em lágrimas ou vomitando palavras de uma vez sem respirar. Passei uma vida tentando não dizer. Ainda estou aprendendo como se diz e que no final posso me dar ao luxo de ser cuidada, mas que pra isso acontecer preciso admitir pra eu mesma que PRECISO ser cuidada.  Ei você, cuida de mim?  

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