Ei você,
ignore minhas crises de solidão, ignore minhas palavras frias. Ignore meus olhos que nesses dias sempre desviam
dos seus. Não pergunte de novo se eu não responder na primeira vez. Dizer “nada” várias vezes, só aumenta a raiva
ou a tristeza que está em mim, que não é por culpa sua, mas os “nada” mal
humorados acabam sendo seus. Me desculpe. Já disse, não é você. Segura a minha
mão, mesmo que ela tente escapar de seus dedos, segura forte. E se não adiantar,
me abraça. Não me deixa fugir e me esconder em um canto qualquer, sozinha.
Abraça forte, ignore minhas pernas que tremem. E quando eu não conseguir mais
tentar fugir, me olha nos olhos, bem fundo. Me hipnotiza. Apenas diz que está
do meu lado. No final é só isso que eu preciso ouvir. É difícil admitir que
preciso de você, quando passei uma vida não precisando, sempre foi eu e só. No final vou acabar
dizendo, talvez em lágrimas ou vomitando palavras de uma vez sem respirar.
Passei uma vida tentando não dizer. Ainda estou aprendendo como se diz e que no final posso me dar ao luxo de ser cuidada, mas que pra isso
acontecer preciso admitir pra eu mesma que PRECISO ser cuidada. Ei você, cuida de mim?
Nenhum comentário:
Postar um comentário