sexta-feira, 13 de maio de 2011

Graça

    Não vejo graça. Não vejo graça em muita coisa. Não vejo graça nesse bando de crianças por aí que juram que são adultos e donos de si, sou do tempo que com oito anos eu brincava na rua e via desenho antes da aula. Não vejo graça nas pessoas se relacionarem por interesse, amizades viraram sinônimo de colocação social, a graça parece estar nos lugares que você freqüenta e não com quem está do seu lado. Não vejo graça usar uma roupa que está na moda para agradar os outros, sem ao menos se quer agradar seu próprio espelho. 
    Me diga... Qual é a graça de beijar tantas pessoas e no final não ter ninguém que se preocupe com você, que esteja do seu lado para cuidar de você em um momento difícil ou dividir os bons? Que graça tem tratar uns aos outros com frieza, prefiro muito mais a graça do calor humano, do romantismo e dos bons valores. Se isso é ser ultrapassada, prazer meu nome é museu.
   As pessoas me encantam a cada dia, a cada gesto, a cada sinal de importância. E me perdem... Me perdem a cada falta,  falta de carinho, falta de amor, de compreensão, de presença.  Saudade tem lá a sua graça, é gostoso, é charmoso e matá-la é uma gracinha. Mas essa é a graça da saudade, aquela saudade que dói que machuca, essa eu não gosto não. E não gosto mesmo.
  E assim vou vivendo, tudo que pra mim tem a tal da graça, eu procuro agarrar, cuidar, CULTIVAR, aquilo que não tem graça eu me afasto, me distancio e não dou importância.  Um telefone que toca me promove um sorriso, um bolo que ganho para lanchar no trabalho é um abraço que quero retribuir, uma confiança que recebo é um cuidado que tento dar em dobro, uma mensagem que chega é um coração que palpita, o carinho que recebo todos os dias de alguém no trabalho é o que me faz querer ficar.  O telefone que não toca, a mensagem que não chega, a importância que não ganho, o carinho que não recebo, me esfria, e eu meu amigo... sou quente.  Frio é algo que não gosto de sentir, e algo que não sou.
    Como dizia Clarice, " quando me entrego me atiro. Mas quando recuo, não volto mais". Vejo muita graça em me doar para as pessoas, não todas algumas em especial. Como diz mamãe, eu tenho uma plantação de Xuxus e de flores.Tento regá-la com todo carinho possível, a graça da vida e cuidar de quem esta do seu lado de quem te quer bem e de tudo aquilo que TE FAZ BEM, o que me faz mal eu me nego há conviver.  =)

2 comentários:

  1. Somos irmãs gêmeas e fomos separadas na maternidade! Porque olha, não há como haver pensamentos em tamanha sintonia. :)

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  2. Maravilhoso !!!
    Me encontrei aí Laurinha.

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